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The Nameless Blog

Já foi “Som das Letras” e um narcisista “Blogue da Paula”. Foi um prolongamento da eterna ínsula, tendo sido denominado como “Ilha Paula”. Hoje, é um blogue sem nome para que seja aquilo que sempre foi: um blogue sobre tudo e nada.

The Nameless Blog

Já foi “Som das Letras” e um narcisista “Blogue da Paula”. Foi um prolongamento da eterna ínsula, tendo sido denominado como “Ilha Paula”. Hoje, é um blogue sem nome para que seja aquilo que sempre foi: um blogue sobre tudo e nada.

O Amarelo da Carris

Hoje, dedico este meu espaço aos amarelos da carris que percorrem as ruas de Lisboa, em especial ao 723 que tem sido o meu motor neste último mês e que me tem tirado anos de vida sempre que espero por ele.

 

O amarelo da Carris

Vai da alfama à Mouraria,

Quem diria

Vai da Baixa ao Bairro Alto,

Trepa a Graça em sobressalto,

Sem saber geografia.

 

O amarelo da Carris

Já teve um avô outrora,

Que era o xora???

Teve um pai americano,

Foi inglês por um ano,

Só é português agora.

 

Entram magalas, costureiras,

Descem senhoras petulantes.

Entre a verdade, os peliscos e as peneiras,

Fica tudo como dantes.

Quero um de quinze p’ra a Pampuia.

Já é mais caro este transporte.

E qualquer dia,

Mudo a agulha porque a vida

Está pela hora da morte.

 

O amarelo da Carris

Tem misérias à socapa

Que ele tapa.

Tinha bancos de palhinha,

Hoje tem cabelos brancos,

E os bancos são de napa.

No amarelo da Carris

Já não há “pode seguir”

Para se ouvir.

Hoje o pó que o faz andar

É o pó (???)

Com que ele se foi cobrir.

 

Quando um rapaz empurra um velho,

Ou se machuca uma criança,

Então a gente vê ao espelho o atropelo

E a ganância que nos cansa.

E quando a malta fica à espera,

É que percebe como é:

Passa à pendura

Um pendura que não paga

E não quer andar a pé.

 

Entram magalas, costureiras,

Descem senhoras petulantes.

Entre a verdade, os peliscos e as peneiras,

Fica tudo como dantes.

Quero um de quinze p’ra a Pampuia.

Já é mais caro este transporte.

E qualquer dia,

Mudo a agulha porque a vida

Está pela hora da morte.

 

 

 

Ary dos Santos

Para o melhor pai do mundo

Hoje comemora-se o Dia do Pai.

 

A data deste Dia, ao contrário do Dia da Mãe, é sempre o dia 19 de Março – dia de São José, pai terreno de Jesus – e é celebrado como o dia de todos os pais em países como Portugal, Espanha, Itália, Andorra, Bolívia, Honduras e Liechstenstein.

 

Na origem deste Dia existem duas histórias:

- A instauração do Dia do Pai teve origem nos Estados Unidos da América, em 1909. Sonora Luise, filha de um militar resolveu criar o Dia dos Pais motivada pela admiração que sentia pelo seu pai, William Jackson Smart. A festa foi ficando conhecida em todo o país e em 1972, o presidente americano Richard Nixon oficializou o Dia dos Pais.

- Na Babilónia, em 2000 A.C. um jovem rapaz de nome Elmesu escreveu numa placa de argila uma mensagem para o seu pai, desejando saúde, felicidade e muitos anos de vida ao seu pai.

 

Diz a tradição que seja entregue uma prenda ao pai para homenagear o pai. As crianças costumam oferecer prendas simbólicas como trabalhos manuais, músicas e poemas que fazem na escola. Seja qual for a prenda, a melhor é aquela que tenha um sublime significado, uma demonstração de amor e de carinho por aquele que nos gerou. 

 

Esta é a minha:

 

Ter um Pai! É ter na vida
Uma luz por entre escolhos ;
É ter dois olhos no mundo
Que vêem pelos nossos olhos!

Ter um Pai! Um coração
Que apenas amor encerra,
É ver Deus, no mundo vil,
É ter os céus cá na terra!

Ter um Pai! Nunca se perde
Aquela santa afeição,
Sempre a mesma, quer o filho
Seja um santo ou um ladrão ;

Talvez maior, sendo infame
O filho que é desprezado
Pelo mundo ; pois um Pai
Perdoa ao mais desgraçado!

Ter um Pai! Um santo orgulho
Pró coração que lhe quer
Um orgulho que não cabe
Num coração de mulher!

Embora ele seja imenso
Vogando pelo ideal,
O coração que me deste
Ó Pai bondoso é leal!

Ter um Pai ! Doce poema
Dum sonho bendito e santo
Nestas letras pequeninas,
Astros dum céu todo encanto!

Ter um Pai! Os órfãozinhos
Não conhecem este amor!
Por mo fazer conhecer,
Bendito seja o Senhor!

 

-- Florbela Espanca –