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The Nameless Blog

Já foi “Som das Letras” e um narcisista “Blogue da Paula”. Foi um prolongamento da eterna ínsula, tendo sido denominado como “Ilha Paula”. Hoje, é um blogue sem nome para que seja aquilo que sempre foi: um blogue sobre tudo e nada.

The Nameless Blog

Já foi “Som das Letras” e um narcisista “Blogue da Paula”. Foi um prolongamento da eterna ínsula, tendo sido denominado como “Ilha Paula”. Hoje, é um blogue sem nome para que seja aquilo que sempre foi: um blogue sobre tudo e nada.

A efemeridade da arte

Em Dezembro de 2013, num dos meus passeios pela cidade de me acolhe e que faço de minha, decidi fotografar o mural que se encontráva próximo da Fundação José Saramago (podem ler aqui).

 

Até hoje, "Saramago grafitado" foi o post com mais "likes" desde a criação deste blog e, por este motivo, julgo-me na obrigação de vos informar, com a ajuda do artigo publicado na última Time Out Lisboa, que este mural, criado em 2013, a partir de uma ideia de Miguel Gonçalves e dedicado a Saramago e Pilar del Rio, desapareceu. 

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(capa Time Out n.º 412 - 19 a 25 de Agosto) 

 

Segundo o que se lê no artigo, "este edifício da Rua do Intituto Vergílio Machado desapareceu (...) para dar lugar a um novo novo parque de estacionamento da EMEL."

 

Mesmo sabendo que a arte urbana é verdadeiramente efémera, senti um vazio por saber que aquele mural, apesar de já degragado pela passagem do tempo, já não será visto por aqueles que passarão pelo Campo das Cebolas. Aquele mural já fazia parte da cidade e foi, durante dois anos, uma linda homenagagem ao homem que, até na morte, foi ignorado por muitos do seu país.

 

Agora, resta-nos as fotografias ou a memória. Estas ninguém poderá apagar e ficarão sempre connosco, quer sejam deitados muros abaixo e construídos outros, muitas vezes invisíveis aos olhos dos comuns.

 

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Alabardas, alabardas, Espingardas, espingardas

Pela chancela da Porto Editora, chega hoje às bancas o romance inacabado do Nobel da Literatura José Saramago, uma obra que, pelas palavras de Pilar del Rio – presidente da Fundação José Saramago – é “uma forma de repúdio à violência”, cujo título é inspirado nuns versos de Gil Vicente, tem como protagonista o funcionário de uma fábrica de armas que vive um conflito moral decorrente de seu trabalho.

 

Falecido em Junho de 2010, Saramago volta estar nas mãos do povo através das suas palavras.

A Noite, José Saramago

11.116 espectadores

Número total de espectadores que assitiram à peça que saiu de cena este domingo

 

Em cena no Teatro da Trindade desde o passado mês de Novembro, a primeira obra dramática do Nobel José Saramago, adaptada por Paulo Sousa Costa e com a encenação de José Carlos Garcia, teve o seu último espectáculo naquele teatro no fim de tarde deste domingo.
Com direito a sala cheia, o frio que se sentia na rua não passou para dentro, já que a magnificência que se via em palco passou para o público e encheu-nos a alma.

 

A acção desenrola-se na redação de um jornal, em Lisboa, na noite de 24 de abril de 1974, cuja rotina habitual deste espaço será interrompida pela discussão entre o Redator da Província, Manuel Torres (interpretado por Paulo Pires), que defende a verdade jornalística acima de qualquer outro interesse, com o Chefe da Redação, Abílio Valadares (interpretado por Vítor Norte), um homem submisso ao poder político, que aceita os cortes feitos aos textos do "seu" sem qualquer objecção e que conta com o apoio do director do jornal, Máximo Redondo (interpretado por João Lagarto).

 

Foi um fim de tarde rico.

 

Não sei se, agora que terminou a sua exibição em Lisboa, a peça vai correr as estradas de Portugal e entrar noutras salas do país. Se assim for, por favor façam o possível para irem assistir. Eu podia contar muito mais sobre a peça, como aqueles pequenos detalhes, tão subtis e tão cortantes como uma faca bem afiada, mas acho que não há nada como ver para sentir.

 

Actores: Fábio Alves, Filipe Crawford, Joana Santos, João Lagarto, Paulo Pires, Pedro Lima, Samuel Alves, Sofia Sá da Bandeira e Vítor Norte

Adaptação: Paulo Sousa Costa

Encenação: José Carlos Garcia

Direcção Musical: Paulo Brandão

Produção: Yellow Star Company

Patrocínio: Montepio

Patrocínio Institucional: Fundação José Saramago