O Natal ainda vai longe, apesar de muitas lojas já estarem com as montras decoradas com motivos da época festiva em questão. Tem sido assim nos últimos anos e será, com certeza, coisa para se prolongar pelo futuro consumista.
E, por falar em consumismo, já tenho 3 prendinhas que gostaria de ver debaixo da Árvore de Natal deste ano: livros, como seria de esperar. Mas, conhecendo-me como só eu me conheço, bem sei que não vou aguentar até ao dia 24 de Dezembro para abrir aqueles três embrulhos e dizer a célebre frase: "Ah! Era mesmo isso que eu queria." Sei que os três petizes estarão na estante até ao final da semana e são eles:
. O Amante Japonês, de Isabel Allende (vénia, vénia, vénia) - lançamento pela Porto Editora a 29 de Outubro
. As Flores de Lótus, de José Rodrigues dos Santos (a apresentação foi hoje, mas já falarei sobre o assunto noutro post)
. No Teu Ventre, de José Luís Peixoto (para quem tiver oportunidade, a apresentação no livro, em Lisboa, será na FNAC do Chiado, no dia 27 de Outubro, pelas 18h30)
Para vos dar água na boca, leiam abaixo as respectivas sinopses:
O Amante Japonês, Isabel Allende
Em 1939, quando a Polónia capitula sob o jugo dos nazis, os pais da jovem Alma Belasco enviam-na para casa dos tios, uma opulenta mansão em São Francisco. Aí, Alma conhece Ichimei Fukuda, o filho do jardineiro japonês da casa. Entre os dois brota um romance ingénuo, mas os jovens amantes são forçados a separar-se quando, na sequência do ataque a Pearl Harbor, Ichimei e a família – como milhares de outros nipo-americanos – são declarados inimigos e enviados para campos de internamento. Alma e Ichimei voltarão a encontrar-se ao longo dos anos, mas o seu amor permanece condenado aos olhos do mundo.
Décadas mais tarde, Alma prepara-se para se despedir de uma vida emocionante. Instala-se na Lark House, um excêntrico lar de idosos, onde conhece Irina Bazili, uma jovem funcionária com um passado igualmente turbulento. Irina torna-se amiga do neto de Alma, Seth, e juntos irão descobrir a verdade sobre uma paixão extraordinária que perdurou por quase setenta anos.
Em O amante japonês, Isabel Allende regressa ao estilo que tanto entusiasma o seu público, relatando de forma soberba uma história de amor que sobrevive às rugas do tempo e atravessa gerações e continentes.
Finalmente e felizmente, Isabel Allende volta a escrever como gente grande e para gente grande, deixando as temáticas mais juvenis que podemos encontrar nos seus últimos romances.
Welcome back, Isabel Allende.
As Flores de Lótus, José Rodrigues dos Santos
O século xx nasce, e com ele germinam as sementes do autoritarismo. Da Europa à Ásia, as ondas de choque irão abalar a humanidade e atingir em cheio quatro famílias.
Depois de assistir à queda da monarquia, o capitão Artur Teixeira vê as esperanças da República afundarem-se num caos de instabilidade. Adere à revolução militar e recebe uma missão: convencer Salazar a tornar-se ditador.
Satake Fukui cresce num Japão dilacerado entre a tradição e a modernidade. O seu confronto com o militarista Sawa reflete um braço de ferro que ameaça mergulhar o país, e o mundo, numa catástrofe sem precedentes.
A chinesa Lian-hua nasce com olhos azuis, os mesmos que veem a China arrastada para um choque titânico entre os nacionalistas, os comunistas e os japoneses. Apanhada no fogo cruzado, é raptada por um radical comunista: o jovem Mao Tse-tung.
Os bolcheviques acabam de conquistar a Sibéria e batem à porta da pequena quinta dos Skuratov. Estaline iniciou as coletivizações e a família de Nadezhda é lançada num ciclo de medo, fome e sofrimento.
Quatro histórias. Quatro famílias. Quatro destinos.
Senhor de uma prosa lúcida e poderosa, José Rodrigues dos Santos embarca connosco e com figuras históricas como Salazar e Mao Tse-tung numa viagem arrebatadora que nos leva de Lisboa a Tóquio, de Irkutsk a Changsha, do comunismo ao fascismo. Com As Flores de Lótus nasce uma das mais ambiciosas obras da literatura portuguesa contemporânea.
Inteligente como é, José Rodrigues dos Santos sabe que o seu público está cansado do seu Tomás de Noronha e que já o apelidam de "Dan Brown Português" (eu estou, não sei se vocês também sentem o mesmo). Vai daí e mete o Noronha no armário por uns tempos e lança As Flores de Lótus.
Em Teu Ventre, José Luís Peixoto
«Mãe, atravessas a vida e a morte como a verdade atravessa o tempo, como os nomes atravessam aquilo que nomeiam.»
Numa perspetiva inteiramente nova, Em Teu Ventre apresenta o retrato de um dos episódios mais marcantes do século XX português: as aparições de Nossa Senhora a três crianças, entre maio e outubro de 1917. Através de uma narrativa que cruza a rigorosa dimensão histórica com a riqueza de personagens surpreendentes, esta é também uma reflexão acerca de Portugal e de alguns dos seus traços mais subtis e profundos. A partir das mães presentes nesta história, a questão da maternidade é apresentada em múltiplas dimensões, nomeadamente na constatação da importância única que estas ocupam na vida dos filhos. O sereno prodígio destas páginas, atravessado por inúmeros instantes de assombro e de milagre, confere a Em Teu Ventre um lugar que permanecerá na memória dos leitores por muito tempo.
José Luís Peixoto e a Portugalidade.
Génio.