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The Nameless Blog

Já foi “Som das Letras” e um narcisista “Blogue da Paula”. Foi um prolongamento da eterna ínsula, tendo sido denominado como “Ilha Paula”. Hoje, é um blogue sem nome para que seja aquilo que sempre foi: um blogue sobre tudo e nada.

The Nameless Blog

Já foi “Som das Letras” e um narcisista “Blogue da Paula”. Foi um prolongamento da eterna ínsula, tendo sido denominado como “Ilha Paula”. Hoje, é um blogue sem nome para que seja aquilo que sempre foi: um blogue sobre tudo e nada.

Sugestões de leitura

Estes dois livros acompanharam-me na minha última viagem a São Miguel. Um deles - Quando éramos mentirosos - começou a ser lido uns dias antes de partir para os meus dias de retiro insular e terminei-o nos meus primeiros dias em terras de bruma; o outro - O segredo do meu marido  - foi lido do início ao fim com o embalo das ondas, de tal forma avassaladora que, na viagem de regresso à capital do reino, já tinha nada para ler (o desespero de 2 horas de viagem sem leitura!!!).

 

Quando éramos mentirosos, E. Lockhart

"A família Sinclair parece perfeita. Ninguém falha, levanta a voz ou cai no ridículo. Os Sinclair são atléticos, atraentes e felizes. A sua fortuna é antiga. Os seus verões são passados numa ilha privada, onde se reúnem todos os anos sem excepção. É sob o encantamento da ilha que Cadence, a mais jovem herdeira da fortuna familiar, comete um erro: apaixona-se desesperadamente. Cadence é brilhante, mas secretamente frágil e atormentada. Gat é determinado, mas abertamente impetuoso e inconveniente. A relação de ambos põe em causa as rígidas normas do clã- E isso não pode acontecer.

Os Sinclair parecem ter tudo. E têm, de facto. Têm segredos. Escondem tragédias. Vivem mentirar. E a maior de todas as mentiras é tão intolerável que não pode ser revelada. Nem mesmo a si."

 

E. Lockhart, pseudónimo de Emily Jenkins, foi finalista do National Book Award, bem como do Michael L. Printz Award. Tem um doutoramento em Literatura Inglesa e dedica-se sobretudo à literatura juvenil. 

 

O segredo do meu marido, Liane Moriarty

"Cecilia encontrou a carta acidentalmente. Na penumbra do sotão envelhecido por anos de pó e abandono, soube de imediato que não devia lê-la. Que devia devolvê-la ao seu esconderijo, fingir nunca a ter encontrado e respeitar a vontade do marido. Afinal, amava John-Paul. Juntos, tinham três filhos e uma vida sem sobressaltos. Argumentos que de pouco serviram perante a sua curiosidade crescente. E quando começou a ler, o tempo parou.

A confissão de John-Paul fulminou-a como um raio, dividindo a sua vida em dois: o antes e o depois da carta. Cecilia fica perante uma escolha impossível. Se o passado do seu marido for revelado, tudo o que construíram será destruído. Mas o silêncio terá um efeito igualmente devastador. Porque há segredos com os quais não se pode viver ..."

 

Antes de se dedicar à escrita, Liane Moriarty trabalhou numa editora de livros jurídicos e como copywriter por conta própria. O segredo do meu marido é o seu quinto romance e será em breve adaptado ao cinema. A autora vive actualmente na Austrália com o marido e os dois filhos irrequietos.

 

Hope you enjoy it!

 

36 anos sem Nemésio

Nascido a 19 de Dezembro de 1901, na Praia da Vitória, ilha Terceira, Vitorino Nemésio foi poeta, escritor, ficcionista, cronita, ensaísta, biógrafo, historiados da literatura e da cultura, jornalista, investigador, epistológrafo, filólogo - um intelectual, na verdadeira essência da palavra. Destacou-se como romancista, com a publicação do seu Mau Tempo no Canal, um clássico da literatura portuguesa do século XX. As suas raízes insulares, nunca esquecidas, o quotidiano da vida de um ilhéu e as recordações da sua infância, são temas que percorrem a sua obra, com a presença das coisas simples da vida e das suas gentes.

Hoje faz 36 anos que Vitorino desapareceu deste mundo e esta é a minha singela homenagem a um homem da Ilha. E que melhor homenagem, de um ilhéu para outro, do que transcrever um dos seus poemas?

     

Tenho uma saudade tão braba
Da ilha onde já não moro,
Que em velho só bebo a baba
Do pouco pranto que choro.

Os meus parentes, com dó,
Bem que me querem levar,
Mas talvez que nem meu pó
Mereça a Deus lá ficar.

Enfim, só Nosso Senhor
Há-de decidir se posso
Morrer lá com esta dor,
A meio de um Padre Nosso.

Quando se diz «Seja feita»
Eu sentirei na garganta
A mão da Morte, direita
A este peito, que ainda canta.

 

Vitorino Nemésio

 In, "Caderno de Caligraphia e outros Poemas a Marga"