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The Nameless Blog

Já foi “Som das Letras” e um narcisista “Blogue da Paula”. Foi um prolongamento da eterna ínsula, tendo sido denominado como “Ilha Paula”. Hoje, é um blogue sem nome para que seja aquilo que sempre foi: um blogue sobre tudo e nada.

The Nameless Blog

Já foi “Som das Letras” e um narcisista “Blogue da Paula”. Foi um prolongamento da eterna ínsula, tendo sido denominado como “Ilha Paula”. Hoje, é um blogue sem nome para que seja aquilo que sempre foi: um blogue sobre tudo e nada.

Sobre o Carnaval #1

O bom do Carnaval?

Fazer ponte e ficar 4 dias em casa.

Longe do berço, não há nada que me faça sair de casa nestes dias de foliões, matrafonas e sambistas roxas do frio. 

Carnaval na ilha #2

E depois da noite animada em bailes ou festas privadas, eis que o dia de Carnaval é dia de ir para a Avenida Infante Dom Henrique e continuar com a tradicional Batalha das Limas que, a bem da verdade, já não é feita com limas mas sim com sacos de água, se bem que, pelo adereço que muitos usam na cabeça, deve haver uma ou outra lima escondida no meio de tanto plástico.

 

Em 2014 foi assim:

 

Carnaval na ilha

Quando se fala em Carnaval, a frase que vem mais rapidamente à cabeça é "cada terra com seu uso, cada roca com seu fuso." Talvez por esta razão - do seu a seu dono - deixei de festejar o Carnaval desde que me mudei para a capital. Aceito os diferentes gostos e formas de se festejar esta data, porém não consigo me identificar com as carnavalices continentais onde, na maior parte dos locais, é uma adaptação barata (e fria, bem mais fria) do Carnaval que se vê e se sente em terras de Vera Cruz. E, como seu blogue é, como se lê na sua descrição, uma extensão da minha ilha, aproveito o tempo de antena para vos dar a conhecer como se comemora o Carmaval na minha ilha - São Miguel.

 

Se bem que, ultimamente, existem outras festas que estão, passo a passo, a abafar o Grande Baile de Carnaval do Coliseu Micaelense, quer seja pelo preço absurdo do bilhete, quer seja pela indumentária mais formal, é mesmo desta grande tradição da sociedade micaelense que vou falar: do Grande Baile de Carnaval do Coliseu Micaelense. À hora que escrevo este post, a sala já deve estar composta, porém ligeiramente aquém da enchente de foliões que irão encher a pista e que irão dançar até que os primeiros raios do sol desvendam a noite que diz estar fechada (a série de voos cancelados a caminho da ilha têm sido uma constante durante o dia de hoje). Elas com os seus vestidos de gala, eles de smoking; ambos acompanhados com cestas enfeitadas e repletas de bebida e de comida suficientes para aguentarem a noite.

 

A abertura oficial do Baile é feita, como não poderia deixar de ser, com uma valsa. O professor Luís Arruda - um habitué nestas andanças - escolhe uma das suas alunas de Danças de Salão e é vê-lo a repodiar pela pista ao som dos clássicos deste género musical. Depois, timidamente, um ou outro casal aventura-se e acompanha o casal mais profissional com os seus passos. Aos poucos, a pista enche-se; a vergonha é esquecida; o não saber dançar valsa não é desculpa por não se atirar à pista e dar uns passinhos para a esquerda e outros para a direita. O Baile está a começar:

Depois? Depois é a loucura!

Começam os primeiros acordes dos clássicos carnavalescos, com medleys conhecidos por todos e cantarolados em coro pela multidão. A pista torna-se demasiado pequena para todos os que compravam o seu bilhete para festejar o Carnaval no Coliseu Micaelense. Mas não há qualquer problema, já que tudo o que é espaço livre é espaço dançável: camarotes, escadas, hall, corredores (até as casas-de-banho ou a fila de espera para chegar até lá são locais válidos para se dançar ao som do meu amigo Charlie Brown).

 O dia acordou. Os raios do Sol iniciam a desvendar a noite. A festa continua até ao momento que alguém sobe ao palco e diz "Meus amigos, por este ano acabou. Vamos todos para casa e cá vos espero para o próximo ano." A sala, antes em silêncio, aplaude e, serena e ordeiramente, os foliões saem do Coliseu - uns mais tombados do que outros - ainda a cantarolarem a música que mais os marcou na noite que agora terminou. Uns vão direitinhos para casa; outros ainda têm forças e vão tomar o pequeno-almoço ao Mascote ou ao Royal; uns ainda deixam-se ficar sentados nos degraus da Igreja Matriz em amena cavaqueira e com os últimos prepartivos para a segunda parte da festa: a Batalha de água.

 

Mas, paremos por aqui, a Batalha de Água será assunto para futuras núpcias.

 

Em bom rigor, devo informar que a parte final deste texto poderá não estar muito perto da realidade. Como já não frequente o Coliseu Micalense há mais de dez anos, não posso garantir que ainda há alguém que sobe ao palco e diz a frase que tentei reproduzir acima, como também não posso garantir que os foliões vão tomar o pequeno-almoço ao locais mais tradicionais do centro histórico da cidade.

No meu tempo a coisa funcionava da forma que descrevi e é assim que eu quero recordar o Grande Baile do Coliseu Micaelense, mesmo sabendo que há a forte probabilidade da coisa estar deveras diferente e ser este o motivo que muitos dos foliões da minha altura preferirem o Baile "Verde e Amarelo", que acontece na Vila da Povoação.