Saudade.

É este o título da melodia que ouvirão ao clicarem no vídeo abaixo.

A saudade é um luto

Uma dor, uma aflição

Ai, é um cortinado roxo

Saudade, que me cobre o coração

Vira e volta a saudade

Vira e volta a saudade

Ai, vira e volta a saudade

Saudade, para os lados do meu peito

Não cabe um amor tão grande

Num palácio tão estreito

Ai, não cabe um amor tão grande

Saudade, num palácio tão estreito

A ausência tem uma filha

Que se chama saudade

Ai, eu sustento mãe e filha

Saudade, bem contra a minha vontade

O cancioneiro de hoje é inteiramente instrumental e apresentado pelas mãos sábias de Rafael Carvalho, um amigo dos tempos da Universidade e que anda a dar cartas na música, acompanhado com a sua Viola da Terra - uma viola tão característica daquelas ilhas, cujo som é como o lamúrio melodioso do ilhéu.

No vídeo abaixo, o Rafael é acompanhado pelo seu irmão César, outro parceiro do crime dos tempos universitários e, juntos, levam ao ouvinte os cantares das ilhas.

Hoje, apresento-vos a "Saudade".

A Viola da Terra é, provavelmente, o instrumento mais característico das ilhas açoreanas e é composta por um conjunto de símbolos que ajudam ainda mais a retratar esta coisa estranha de se ser ilhéu, sendo, talvez, o mais apreciado aqueles dois corações que, mesmo de costas voltadas estão unidos para sempre. Segundo explicação popular, estes dois corações  representam o amor entre duas pessoas que, mesmo separadas fisicamente, estarão eternamente ligadas pelo sentimento tão nosso que é a saudade.

Muito provavelmente, esta é a melodia açoreana que mais pessoas conhecem. Podemos até dizer que é mais conhecida do que o verdadeiro hino da Região Autónoma dos Açores.

Eu adoro-a, sinto-a e partilho convosco a melodia que transcreve a verdadeira essência da minha gente.