Cenas de um Casamento #3
Agora que o grande dia está praticamente organizado e pensado (pensei que iria ser pior, mas como somos um casal bué descontraído coisa diferente não se esperava), dedico o meu tempo livre a pensar na despedida de solteira.
Numa fase inicial, pensei em não fazer despedida nenhuma pois, a bem dizer, já estou “casada” há algum tempo. Depois, num jantar de aniversário, uma amiga perguntou como seria e eu lá disse que não ia fazer nada …. Escândalo!!! Tens mesmo que fazer qualquer coisa, nem que seja para quem não possa ir ao casamento estar pelo menos presente na despedida. E bastou este argumento para começar a pensar no assunto.
Eu sei o que não quero!
Não quero aquelas despedidas de solteira muito pirosas, cheias de mulheres histéricas, com os copos, que pensam em pilas a cada segundo que passa um homem por elas, veús e tretas do género. Quero uma coisa muito intimista, de preferência em minha casa (lá tenho de meter o “husband to be” na rua), com uma mão cheia de amigas bem dispostas, uma mesa farta, num final de tarde agradável e depois vai cada uma à sua vida e that's it, está a festa feita.
Pois! Mas acontece que como eu penso que sou especial de corridas, não me contento com uma despedida de solteira e, por isso, vou fazer duas: a continental e a insular.
Apesar da descrição acima ser da continental, a insular não será muito diferente: intimista na mesma, uma mão cheia de amigas porreiras e, de preferência, na casinha dos papás (aqui a coisa fica ainda mais complicada – tenho de mandar para a rua o pai, o mano e o husband).
A maior parte das despedidas de solteira são feitas em restaurantes e cada uma das participantes racha a conta. Nada mais justo! Já basta o dinheiro gasto no dia do casamento.
Como a minha ideia não passa por ir para restaurantes, precisava de ganhar o euromilhões para poder fazer as minhas despedidas de sonho. Eu gostava tanto, mas tanto de ser rica e ter um serviço personalizado de catering, onde ninguém mexesse uma palha, tipo o da empresa Sweet Cherry Party Eventos (coisa mai linda). Mas, como não sou rica, não tenho pais ricos e nem conta no BES, fico-me pelo sonho. No entanto, a minha pobreza não me impediu de sonhar e pedir orçamento às meninas. Vamos lá ver o que me espera ... E, como sei que o valor será acima das minhas possibilidades, há sempre o Plano B que, digasse de passagem, não é mesmo o meu género. Tenho sempre a hipótese de passar o dia agarrada aos tachos e às panelas e preparar uns pitéus para as meninas. No entanto, convém sublinhar um facto muito importante: sou uma péssima cozinheira ... depois não digam que não avisei.
Agora pergunto: seria de muito mau tom fazer o convite para uma despedida de solteira em casa própria e pedir para as convidadas racharem a conta? Afinal a única diferença é só mesmo o espaço, não é verdade?