Chegaram as férias da Páscoa e, como habitualmente, milhares de jovens finalistas rumam à vizinha Espanha para uma semana de desbunda, como forma de despedida da vida do secundário e uma introdução à vida louca que, muitos deles, irão viver durante os anos que passarem na Universidade.
Como habitualmente, todos os anos chegam notícias do comportamento destes jovens e, todos os anos, a coisa repete-se, por mais vigilância que haja nos resorts ou por mais avisos feitos.
Este ano, um destes jovens nem chegou a passar a fronteira. O autocarro onde seguia parou numa estação de serviço para abastecimento e foi vistoriado pelos polícias que por lá andavam. Um dos putos acagaçou-se de tal forma que se chibou sem que ninguém lhe tivesse perguntado nada. O que ele tinha consigo? Algumas doses de haxixe … as suficientes para andar uma semana no mundo da lua, a fazer estragos e, quem sabe, atirar-se na varanda do quarto pensando ser o Super-Homem. O puto não seguiu viagem. Ficou em Portugal enquanto os colegas partiram para Espanha. Ficou em Portugal e as autoridades chamaram os pais. O que fizeram estes pais? Não sabemos.
Este fim-de-semana, chegou outra notícias destes monstrinhos em forma de gente e que se sente muito adulta.
Um grupo de 1000 finalistas foi expulso de um hotel em Torremolinos depois de terem feitos distúrbios que chegaram a gastos de alguns milhares de euros.
Como já nada me surpreende neste momento, os paizinhos dos meninos culpam a escola pela malcriadez dos seus filhos pois, de acordo com os paizinhos, é dever da escola educar os filhos e, pronto, está tudo explicado. Os monstrinhos são assim porque os paizinhos são tão incapazes de verem que a educação deve começar SEMPRE em casa. Meus amigos, a escola ensina e a casa educa. É assim que a coisa funciona ou, pelo menos, deveria funcionar.
Como mãe de um futuro finalista, espero, verdadeiramente, conseguir fazer com que o herdeiro não se transforme numa destas bestas que destrói hotéis e envergonha os pais.
Digo, sem receios, que a culpa de estarmos perante comportamentos deste género é, sobretudo, da dita sociedade moderna que julga aqueles pais que repreendem os filhos na altura certa e que aplaudem aqueles que são escravos dos meninos e das suas vontades (ou devo dizer exigências?).
Infelizmente, a maior parte das crianças de hoje crescem sem saber o significado do “não” e de regras.
Há tempos, ouvi uma mãe muito próxima de mim dizer que não basta dizer à criança um não; há que explicar o porquê deste não.
No meu tempo (socorro, já utilizo a expressão “no meu tempo”), um “não” não carecia de mais explicação. Um “não” era um “não” e não havia mais conversa.
No meu tempo, bastava um olhar ou uma voz mais forte para ficar em sentido.
Dizem os pais modernos que isto era crescer tendo como a base o medo. Eu, que me considero uma mãe moderna, digo que se trata de crescer tendo como base o respeito pelos pais.
Temo pelo futuro e temo não conseguir vencer a sociedade que impõe regras estúpidas na educação das crianças, seja ela a de casa ou a da escola.