Análise do ano que finda
Brindei a entrada de 2016 na companhia de amigos adquiridos por outros.
Fui madrinha de casamento de um dos meus melhores amigos, tendo como parceira do crime uma outra grande amiga. Emocionei-me neste casamento como só me tinha emocionado no meu.
Soube que ia ser mãe de um menino.
Soube que havia a probabilidade deste menino nascer com pé boto, mas não me preocupei. Ia ser mãe de um menino e o resto não interessava.
Diagnosticaram-me diabetes gestacionais.
Vi que o meu bebé se sentou no meu útero e aí ficou até nascer, confortável como se estivesse numa esplanada, com a perna cruzada.
Passei parte da gravidez sozinha, com o marido em formação profissional nos Açores e na Alemanha.
Viajei grávida para mostrar a minha ligeiramente grande barriga à minha família.
Deram -me lugar nos transportes públicos e eu aceitei. Outras vezes deram lugar, mas eu preferi ficar de pé. Estava grávida e saudável.
Celebrei o meu 38. aniversário sem o meu marido, mas com um amigo de sempre e três outros amigos que serão para sempre.
Recebi o meu marido de braços abertos quase na fase do final da gravidez e ultimamos tudo para a chegada do nosso menino.
Fiz três sessões fotográficas para poder ver a evolução da minha barriga.
Sofri da demência mental que muitas grávidas sentem.
Não tive enjoos, nem desejos,nem câimbras, nem noites mal dormidas.
Senti -me sexy aquando da gravidez.
Entrei em trabalho de parto sem o saber. Fui para o hospital apenas para ver se estava tudo bem e não regressei.
Fiz uma cesariana.
Tive um bebé lindo e saudável.
Não tive o meu marido a assistir à cesariana, mas deixaram com que entrasse no recobro para conhecer o filho.
Estive quatro dias no hospital.
O meu bebé nasceu com pé boto unilateral.
O meu bebé usou gesso para corrigir o pé durante 6 semanas. Nestas 6 semanas íamos ao hospital para que o gesso fosse trocado. Vi o meu bebé ser literalmente arrancado dos meus braços para entrar no bloco operatório. Tive os vinte minutos mais horríveis da minha vida até ter novamente o meu bebé nos braços. Senti dores horríveis por ter estado um dia sem dar de mamar. Regressei a casa com o meu bebé pronto para mais uma etapa na sua recuperação.
Vi Portugal ser campeão europeu de futebol.
Vivi 5 meses intensos com o meu bebé. Tive noites horríveis, mas tudo era esquecido com o seu sorriso.
Vejo-te crescer e emociona-me a força dele.
Vi -o ir para o infantário e gostar.
Termino o ano com ele adoentado, mas sempre a sorrir.
2016 termina mas será sempre o meu ano.
O ano que fui mãe e o ano que mudou a minha vida por completo, preenchendo-a todos os dias com um amor infinito.