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The Nameless Blog

Já foi “Som das Letras” e um narcisista “Blogue da Paula”. Foi um prolongamento da eterna ínsula, tendo sido denominado como “Ilha Paula”. Hoje, é um blogue sem nome para que seja aquilo que sempre foi: um blogue sobre tudo e nada.

The Nameless Blog

Já foi “Som das Letras” e um narcisista “Blogue da Paula”. Foi um prolongamento da eterna ínsula, tendo sido denominado como “Ilha Paula”. Hoje, é um blogue sem nome para que seja aquilo que sempre foi: um blogue sobre tudo e nada.

O Homem Estátua, Orlando Neves Lizardo

Umas das coisas positivas da minha profissão é ter a oportunidade de conhecer pessoas verdadeiramente interessantes, que estão à minha frente não apenas para comprar uma viagem de sonho, mas também para falar. Felizmente, desde que iniciei essa profissão, já conheci pessoas que deixaram de ser clientes apenas e passaram a ser amigos.


Uma destas pessoas, é o sr. Orlando Neves Lizardo, um homem que, pelo meio da conversa profissional, mostrou-me ser um poeta e, assim, com a sua devida autorização, quero apresentar-vos um dos seus poemas: O Homem Estátua. E reza assim:


 


O Homem Estátua



Numa tarde com sol, na Primavera,


Andava vagueando no Chiado,


Quando vi um "Homem Estátua" no passeio


Imitando a figura de Camões.
Petreficado, imóvel, permanece.


Então, num movimento inesperado,
Desperta, estremece.


 


Alteando um rosto pálido, inspirado,


Começa a recitar, de cor, uns versos:


Sonorosas estâncias d'Os Lusíadas


Do seu Canto Primeiro.
Quem dera fosse eterno


Tão breve e belo instante


E nunca passageiro.


 


Olhando, meio cego, para mim,


Não quis saber quem sou


Essa estátua falante.


A estátua era um poeta a recitar


Nessa tarde com sol, na Primavera.


O homem mascarado ele era alguém,


Alguém que eu nunca soube quem ele era...


 


Em momentos dum tempo, já sem crenças,


Por vezes me convenço


Que os milagres da vida


No tormento das nossas incertezas


Nascem da fé, de sonhos, de ilusões.


E assim esse "Homem estátua", mascarado


Não sendo até julguei que era Camões.


 


Ó homem mascarado


Ó estátua de carne,


Com alma de poeta,


Eu vi-te, nessa tarde, no Chiado.
E se eu tiver, em mim, alguma fé,


Até direi que nessa tarde eu vi


Camões ressuscitado!


 


In, O Arauto de Bocage, n.º 135/136 - Março/Abril, p. 8


 


Ao sr. Orlando Neves Lizardo tenho de agradecer os minutos que me "roubou" e que presenteou com as suas belas palavras. O brilho dos seus olhos quando recita o poema era contagiante. A si apenas agradeço por ter trazido um pouco mais de luz e de beleza naquela minha tarde de sol, na Primavera.


 

Semana da Cultura Açoriana no São Luiz

"Começa hoje, no Teatro São Luiz, uma semana inteiras dedicada à Cultura Açoriana. Até 7 de Março, a música, os sabores, a literatura, a gastronomia, o cinema, as artes visuais e a arquitectura são os ingredientes essenciais que dão a conhecer todo o arquipélago.


O destaque da semana vai para o lançamento do songbook, CD e DVD 25 anos de Música Original nos Açores, os debates sobre a Arquitectura e sobre a Literatura dos Açores, e os concertos de Zeca Mederios, Orquestra Regional Lira Açoriana e baile ao som da Orquestra Angrajazz. Ao longo da semana, a ementa do Spot São Luiz inclui pratos característicos da gastronomia açoriana, e haverá ainda a oportunidade de degustar os produtos açorianos nas happy hours do Jardim de Inverno."


 


Notícia retirada do Jornal Destak de 02 Março de 2010