Notas em tempo de quarentena #4
Desde que se iniciou o estado de emergência e que nos vimos obrigados a ficar em casa, muito se tem falado das saudades que as pessoas sentem os seus pais, irmãos, avós, amigos, you name it.
Não querendo ser interpretada de forma errada, isto é algo que, digamos, nem aquece nem arrefece.
Estou longe dos meus pais, do meu irmão e da minha família durante o ano inteiro. Os meus amigos, aqueles que me acompanham desde muito cedo, também estão longe, a um mar de distância. Por isso, não é a saudade que mais de afecta durante este tempo. O que realmente me está a fazer falta é o trabalho. Nem é o ter de sair de casa para trabalhar. É mesmo não poder trabalhar por estar em situação de lay-off.
Desde meados de Março, dias antes de ser decretado o estado do emergência, a minha empresa mandou-nos para casa e tivemos, até final do mês, em situação de teletrabalho. Foi uma rotina que, rapidamente, aprendi a gostar, mas que terminou.