Recordam-se daqueles Natais que a caixa de correio (não virtual) se enchia de cartas e de postais alusivos da época? Vinham com o cheiro do local de onde partiram, embelezados com a caligrafia do seu remetente e decorados com o selo escolhido e com os carimbos de entrada e de saída. E depois era a nossa vez de fazer a mesma magia: escolher o papel ou cartão ideais, escolher a esferográfica que mais se adaptava ao que queríamos escrever, deslocarmo-nos à estação de correios da nossa zona de residência e aguardar que o nosso destinatário recepcionasse a nossa lembrança.
Depois chegou a internet. As pessoas corriam de um lado para o outro sempre sem tempo para se dedicarem à busca do cartão perfeito para a pessoa que estava mais longe e os votos de Feliz Natal começaram a ser dados com cartões virtuais e impessoais. Se não tivesses e-mail, eras cortado da lista e, nem mesmo assim, tinhas direito a um cartão dos antigos. Não havia tempo.
Foi para voltar aos tempos idos que aderi ao Polar Cross Posting 2014, uma iniciativa da Pólo Norte, a blogger mais ursa existente no mundo blogosférico (podem saber mais acerca do blog aqui e da iniciativa aqui). Desde que a iniciativa começou que tenho tentado inscrever-me mas, como seria de esperar, nunca tive o tempo suficiente para tirar uns segundos e fazer parte deste grupo. Mas este ano consegui ... Talvez esteja a ficar mais atenta aos pequenos prazeres que me preenchiam em tempos idos.
Já sei quem me saiu na rifa e já ando à procura do cartão ideal, numa tentativa de fazer o Natal de alguém mais quente e feliz. Quando for recepcionado pela pessoa em questão e for anunciado no seu blogue, eu desvenderei o mistério e anunciarei quem foi o amigo oculto a quem enviei um cartão de boas festas. Enquanto isso não acontece, ficarei atenta à caixa de correio (não virtual) para ver quando chega o meu cartão e saber quem foi aquele que dispensou uns minutos do seu dia à procura de um cartão de Natal.